Hoje resolvi reprisá-lo e trazê-lo para "a frente" devido a profundidade da beleza do seu conteúdo com expressões tão sentidas, tão sentimentais. Foi um desabafo... Uma súplica... Um desejo... Um momento de reflexão, desespero, nostalgia...
Mas tudo regado com tua Marka.
"Se
Eu te amo, raramente to direi, ou nunca. Preencherás tu própria este
silêncio, dizendo-Me vezes sem conta, sem mentir nem ocultar seja o que
for, tudo o que sentes por Mim: desde o amor até à raiva, desde a
gratidão ao ressentimento. Apresentar-te-ás perante Mim tão nua de alma e
sentimentos como de corpo. Permitirei assim que mitigues o Sofrimento
que o Meu silêncio te possa provocar." (Vanderdecken)
Expressar sentimentos sempre traz uma consequência, seja ela boa ou não. Quando leio os textos de Vanderdecken
eu me resigno à minha insignificância de serva. Uma serva "não é nada"
- ouvi certa vez; ou "pode ser tudo" - digo eu. É um objeto de valor,
para quem de fato a valoriza.
Senão
pense comigo: Pode-se imaginar uma pessoa dedicando sua feminilidade,
seu ser, seu corpo, sua alma, seu tempo, seu prazer, sua dor, seus
órgãos, seus membros para o prazer de um homem, de um dominador?
Essa é a relação de um dominador e sua submissa. Seres iguais, macho e fêmea, mas tão diferentes, independentes e interligados. No entanto, nossos desejos e nossas respirações nos igualam. Quer dominador, quer escravas: brancas, negras, amarelas... qualquer um independe da cor ou da raça.
Essa é a relação de um dominador e sua submissa. Seres iguais, macho e fêmea, mas tão diferentes, independentes e interligados. No entanto, nossos desejos e nossas respirações nos igualam. Quer dominador, quer escravas: brancas, negras, amarelas... qualquer um independe da cor ou da raça.
Não são os status - que são vários - que determinam a dimensão do envolvimento e do prazer. São as afinidades. O querer. Os desejos comuns, os feronômios...
Assim os sentimentos. Há momentos de raiva, de angústia, saudade, dor,
alegria, contentamento, tristeza. São vários e de várias maneiras se
manifestam. Eu gosto do silêncio. No meu silêncio em medito, eu choro,
em brigo. Eu penso. Mordo a "tua" coxa, te dou até bofetada na cara como
forma de te castigar por me deixar nessa saudade de Ti...
No
meu silêncio como tenho pensado em TI! Sem saber como vais, onde vais, o
que fazes, onde estás... Busco respostas no emaranhado do meu cérebro,
meus neurônios, tentando concatenar contigo, buscando uma ponte, uma
ligação, um fio que conduza nessa interligação. Só me restou os céus, o
sol, a chuva, o arco íris que mais uma vez apareceu, me forçando a
fazer uma viagem de regresso ao passado-presente, vivo,
distante-próximo, tateando markas, resvaladas pela extensão da memória,
como que criando caminhos, rotas que levam a pensar em ti todo dia...
Vou recorrendo aos poetas que sem saberem, para mim escreveram, como José Saramago:
Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho se teceu?
Que murmúrio de vento, que dourados
Cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?
Entro em meu
confessionário e naquele recanto sagrado do coração vou confessando
tua ausência, vou confessando os momentos vividos, vou confessando a
saudade viva. Buscando penitências, sem serem necessárias, pois a vida
já está penitente.
Dores de sentimentos de rejeição, de silêncios falantes. De imaginar os imagináveis.
Sem
destino ou direção. Mas acompanhada de uma imensa nostalgia. Pois
nenhum final é final se não é finalizado. Mas nem Giuseppe Garibaldi
pensou nisso, quando deixou sua Manuela naquela sua paixão platônica,
plantada numa janela de esperança, esperando sempre sua volta, seu
retorno, ou quem sabe alguma notícia. Mas Garibaldi nunca voltou ao seu
encontro, mas Manuela também nunca desistiu e morreu à espera do homem
de seus sonhos... Ela sonhou, sonhar não é viver, é morrer na ilusão...
Triste
final para uma esperança de amor... Apenas uma expressão de
sentimentos. Às vezes sentimentos tão doloridos, machucados. Outras
vezes revestidos de tesões, paixões, e porque não amor?
Qual a profundidade, extensão, altura ou largura de um sentimento de uma submissa pelo seu Sr? Ou vice-versa? Quem pode medir, quantificar ou mesmo expressar o que vai no fundo da alma ou do peito quando se fala de entrega?
Um nick acrescido a um nick? eu serva ylena di...
de quem? Seríamos nós narcisistas a ponto de querermos ser só de nós
mesmos? Sem "nos compartilhar" com outros? Dominadores de si mesmos, que
vivem para seus próprios prazeres. Submissas de si mesmas que também
vivem só para si. Que se entregam aos prazeres avulsos, cheios de
momentos, mas sem nós, nem laços. Sem entrega real, sem recebimento
real, sem liturgia, sem sessão, sem relação psico-afetiva, são
relacionamentos instrumentais. Mesmo que deles não se precisam... Afinal
BDSM é paralelo a uma sociedade que entre 4 paredes o vivencia, mas
que publicamente o condena. Homens e mulheres que se lambuzam de
prazeres, se degustam de tesões, regados com picantes seduções, entre
fodas e invasões, cobertos de silêncios e repletos de gemidos... Somos
de sentimentos tão medíocres! Falsários. Com medos de nos desnudarmos e
nos desmancharmos em paixões; porque somos reprimíveis... Escondemos
sentimentos e temos medo de amar o outro.
Cosas Preciosas
De Lorezo Ramón
No me pides que te
diga cosas preciosas
para regalar el ego
de tus oídos
por que sabes que
soy un hombre callado
y la sinceridad es
mi mayor virtud
cuando estoy
enamorado.
Digo las palabras
que mi torpe corazón
pone a disposición
de mi vocabulario
donde se extiende
en toda su expresión
sin la necesidad
indeseada
que impone un
diccionario.
Cuando hablo dejo
fluir mis sentimientos,
esos que conoces
desde el primer día,
y son mis poemas el
medio
que brotan desde la
pequeñez de mi alma
para dar luz a la
melodía.
No me pides que te
diga cosas preciosas
por que sabes
cuánto te amo...
Vamos
nos entregando sem entrega real. Dominador se entrega ao prazer,
submissa se entrega ao dominador e nessa roda-viva o BDSM não expressa
sentimentos de BDSM, apenas de saciedade de necessidade. Perdendo a
essência, a cor, o colorido, a paixão, a liturgia da sua existência...
Ah, quem dera o tempo de se voltar a se fidelizar os compromissos, os sentimentos, o BDSM!... Que vai markando as tiras do tempo com momentos de sessões
de toques, pele na pele, corpo no corpo. Sentir uma respiração
ofegante no "cangote" complementada por uma explosão de prazer...