sábado, 3 de setembro de 2016

I - A MAIOR DE TODAS AS EMOÇÕES




Ciclo
Jorge Vercilo

Eu não sei o que me domina
E mesmo assim não penso em me livrar
Num fascínio de alma gêmea
Você em mim constrói o seu lugar
O amor se fez me levando além onde ninguém mais
Criou raiz, ancorou de vez, fez de mim seu cais
 
A escravidão de uma fêmea bdsm não é um jogo, não é uma brincadeira. É coisa séria, de fato. Que requer não apenas desejos, entrega, mas compromisso, responsabilidade. Pois é uma condição de vida que somente quem está apta e disposta a aceitar pode entrar.
Eu entrei.
Não é uma relação apimentada, como muitos o fazem; ser submissa não é o mesmo que ser namorada, esposa, ou família. é algo  que requer uma postura e posicionamento com muito mais  zelo.
Somente uma dedicação exclusiva ao prazer é capaz de fazer uma fêmea, totalmente despudorada, não pela vulgaridade, mas pela ausência das frescuras que poderiam empecilhar uma relação dessas.
Como faço em relação a comidas:
Sempre com 4 dias antes  se começa a preparação. Redução total de proteínas e carboidratos. Nada de carne, nada de massas. No terceiro dia as porções também diminuem; as refeições, quando há, são totalmente liquidas: sucos, caldinhos (sem carne), além de um frasco de leite de magnésio para fazer um falso enema, mas limpa tudo, além de uma boa ducha intima. Já no segundo dia, apenas  uma fruta por refeição. No penúltimo dia, somente água.  E no dia "D", absolutamente nada,  apenas uns goles de água. Isso se o Mestre permitir.
Se se aguenta?! Sim, se aguenta!
Essa é a figura real da serva entregue, subjugada, consciente de seu papel de serva que sabe que não manda mais em si mesma. Não é dona de seus quereres ou vontades, pois agora ela está literalmente à disposição do seu dono, do seu senhor, do seu mestre. E isso é o suficiente.
Naquele momento sublime de inquirições, de perguntas com respostas indubitavelmente certas, sem titubeações, sem receios, medos ou desconfianças. Na maior de todas as simbologias de um momento espetacular, único, regado pela sinceridade, verdade e confiança mútua. Apenas a voz do Mestre é quem domina o momento, é quem comanda a ação.
Enquanto calada, ouvindo com os olhos cada palavra, a serva não sabia se eram reais ou estava embriagada pela emoção; traduzida  através de um corpo que tremulava convulsivamente, banhando-se e se desmanchando em suores de emoções, expectativas, pensamentos que passeavam por passados, presentes e aspirando um futuro markado com todas as markas possíveis daquele que tinha o dom de mexer, desfazer, refazer, construir e desconstruir seus desejos. Ela foi calada pelo silêncio. Ali, na sua bela excitação, coração palpitante, pode receber o maior troféu, a melhor medalha, a comenda mais ansiada por uma fêmea submissa: o título de SERVA.
Sim, agora era muito mais que uma simples mulher, era uma serva, eu, serva yllenah. Sempre e ilimitadamente à disposição do prazer do meu senhor e meu mestre.

 



CONTINUA...




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